(23-09-2012) Culto aos Santos.

25/09/2012 16:56

 

Iniciamos a reunião de domingo com uma reflexão, conduzida pelo João Marcos, sobre a participação dos cristãos na política. Refletimos que não podemos ser omissos diante de um tema tão importante e tão ligado ao Cristianismo, já que é nossa missão ser Igreja na Comunidade toda, inclusive na política.

Depois, o Marcão iniciou uma reflexão sobre o “Culto aos Santos”, mostrando pra nós a diferença entre adorar e venerar. Em verdade, não devemos adorar aos Santos e às imagens, mas venerá-los, isto é, demonstrar nosso profundo respeito e admiração pelas pessoas que elas representam.

Assistimos a um vídeo muito esclarecedor do Padre Paulo Ricardo (www.padrepauloricardo.org), que ensinou que a palavra “imagem”, de origem grega, tem 2 traduções: ídolo e ícone. Ídolo é aquele a que refere o 1º mandamento, qual seja, amar a Deus sobre todas as coisas; Ícone é um modelo. No caso dos Santos, eles são nosso modelo; uma janela que nos leva a Deus.

Na verdade, são as nossas próprias atitudes que nos dizem se nós idolatramos ou iconizamos as imagens e, consequentemente, os santos. Não podemos colocá-los no lugar ou acima de Deus ou de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas devemos, sim, tê-los como modelo para atingirmos também a santidade, que nos aproxima de Cristo.

Isso porque os Santos são humanos falíveis, exatamente como nós, e ainda assim tiveram uma vida santa. Por isso eles nos inspiram a também levarmos uma vida santa!

Portanto, a imagem é uma forma de lembrarmos e recordarmos, com carinho, daquilo que ela representa, como se fosse uma fotografia de uma pessoa querida ou de um momento importante para nós.

O Culto aos Santos, então, tem 3 sentidos: I) dar Glórias a Deus pela santidade, já que os Santos são obras primas D’Ele; II) a intercessão a Deus por nós; III) são modelos de santidade mais próximos da nossa humanidade.

E para quem quiser assistir ao excelente vídeo que assistimos ontem, segue o link:

 https://www.youtube.com/watch?v=5Ph9gsPsLV4 

 

Abaixo, segue um texto para nosso estudo, publicado pelo Prof. Felipe Aquino em 18/04/2008:

O culto dos Santos (no sentido de honrar, homenagear, respeitar) e a estima de suas relíquias são contestadas pelos protestantes; os discípulos de Lutero julgam haver nisto graves desvios doutrinários, que eles atribuem à Tradição católica.

Mas essa prática é plenamente justificada pela tradição Cristã mais antiga, apoiada na Bíblia, desde o Antigo Testamento. Com a certeza de que os Santos já estão no Céu, a Igreja, sempre assistida pelo Espírito Santo (cf. Jo 16, 12-13), já nos seus primeiros tempos, começou a prestar veneração particular àqueles falecidos que tiveram uma vida confessando Jesus Cristo, especialmente pelo martírio.

O culto de veneração (NÃO É ADORAÇÃO) dos Santos foi, até o século XVI,uma prática tranquila e óbvia entre os Cristãos. Note bem, durante dezesseis séculos não houve contestação a esta prática. O Concílio de Trento (1545-1563) confirmou a validade e importância deste culto, ao mesmo tempo em que ensinou a evitar abusos e mal-entendidos muitas vezes enraizados na religiosidade popular. Também o Concílio do Vaticano II (1963-65) reiterou esta doutrina, mostrando o aspecto cristocêntrico e teocêntrico do culto aos santos.

A comunhão entre os membros do povo de Deus não é extinta com a morte; ao contrário, o amor fraterno é liberto de falhas devidas ao pecado na outra vida, o que faz esta união mais forte.

Deus, que gera esta comunhão, proporciona aos Santos no céu o conhecimento de nossas necessidades para que eles possam interceder por nós, como intercederiam se estivessem na Terra (os protestantes admitem orar uns pelos outros, intercedendo junto a Deus pelas suas necessidades; com os santos é o mesmo conceito).

Santa Terezinha do Menino Jesus, dizia que “passaria a sua vida na Terra” ("Quero passar o meu Céu a fazer bem sobre a terra"); isto é, viveria o Céu intercedendo pelos da Terra. Uma das orações eucarísticas da Santa Missa diz que “os Santos intercedem no Céu por nós diante de Deus, sem cessar.” Que maravilha! Esta intercessão leva-nos mais a fundo dentro do plano de Deus, porque promove a Glória de Deus e o louvor de Jesus Cristo, uma vez que os Santos são “obras-primas” de Cristo, que nos levam, por suas preces e seus exemplos, a reconhecer melhor a grandeza da nossa Redenção.

O culto aos Santos tem ao menos três sentidos profundos:

1 – dá Glória a Deus, de quem os Santos são obras primas de sua graça; são Santos pela graça de Deus.

2 – suplicam a eles a sua intercessão por nós e pela Igreja;

3 – mostram-nos os Santos como modelos de vida a serem imitados uma vez que amaram e serviram a Deus perfeitamente.

É entranhada na teologia católica a devoção aos Santos, embora não seja obrigatória. Ela surge de uma perfeita compreensão do plano salvífico de Deus, especialmente quando se refere à Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe dos homens (cf. Jo 19,25-27).

As Imagens

Os nossos irmãos protestantes acusam nós, católicos, de desobedecermos a uma ordem divina: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. não as adorarás, nem lhes darás culto (...)” (Ex. 20, 4-5)

Essa passagem se refere aos antigos povos que adoravam deuses (ídolos) da natureza, o deus sol, a deusa cobra, a deusa ave e faziam imagens. O povo judeu muitas vezes substituiu a adoração ao Deus vivo pela adoração a esses falsos deuses.

Porém o próprio Deus ordenou que se fizessem imagens: “E o Senhor disse a Moisés: ‘Fazes para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido‚ olhando para ela‚ será salvo.’ (Nm. 21‚ 8).

Deus quis usar a arte humana para que‚ a partir dela‚ demonstrasse o seu poder.

Deus também ordenou que se fizessem querubins para colocar por cima da Arca da Aliança: “Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido‚ nas duas extremidades da tampa‚ um de um lado e outro de outro‚ fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto‚ e protegerão com elas a tampa‚ sobre a qual terão a face inclinada.” (Ex. 25‚ 18-20)

Deus não proíbe as imagens, proíbe os ídolos!

Nós católicos NÃO ADORAMOS AS IMAGENS, sabemos que são somente representações, como se fossem fotos de pessoas queridas.

Adorar vem do grego "latria", dai temos idolatria (adorar ídolos). Venerar vem de dulia (respeitar); o culto dos santos é de dulia e não de latria. É uma questão de respeito, por pessoas que viveram como nós e são exemplo para nós, para alcançarmos a vida eterna. Portanto temos:

- Dulia: Culto aos santos (veneração);

- Hiperdulia: Culto especial à Virgem Maria (veneração especial);

- LATRIA: Culto de ADORAÇÃO (Exclusivo a DEUS).

A Bíblia não diz que se prostrar é o mesmo que adorar: "Moisés prostou-se diante de seu sogro" (Ex 18,7); "Lo prostou-se diante de dois anjos (Gn 19,1); "Josué prostou-se diante da arca (Jos 7,6).

Portanto quando um católico se prosta diante de uma imagem não está cometendo idolatria.

A arte sempre acompanhou o cristianismo, Deus se utiliza da arte para inspirar e enriquecer a fé dos homens. Nos primórdios do cristianismo as pessoas não sabiam ler, portanto as pinturas e imagens eram a única maneira de conhecerem o evangelho.